Enquanto quis Fortuna que tivesse

Enquanto quis Fortuna que tivesse
Esperança de algum contentamento,
O gosto de um suave pensamento
Me fez que seus efeitos escrevesse.
Porém, temendo Amor que aviso desse
Minha escritura a algum juízo isento,
Escureceu-me o engenho co'o tormento,
Para que seus enganos não disesse
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
A diversas vontades! Quando lerdes
Num breve livro casos tão diversos,
Verdades puras são e não defeitos;
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
Tereis o entendimento de meus versos.

Da alma e de quanto tiver

Da alma e de quanto tiver
Quero que me despojeis,
Contando que me deixeis
Os olhos para vos ver.
Cousa este corpo não tem
Que já não tenhais rendida;
Depois de tirar-lhe a vida,
Tirai-lhe a morte também.
Se mais tenho que perder,
Mais quero que me leveis,
Contanto que me deixeis
Os olhos para vos ver.

Fotos de Clarice











Julga-me a gente toda por perdido


Julga-me a gente toda por perdido,
Vendo-me tão entregue a meu cuidado,
Andar sempre dos homens apartado
E dos tratos humanos esquecido.

Mas eu, que tenho o mundo conhecido,
E quase que sobre ele ando dobrado,
Tenho por baixo, rústico, enganado
Quem não é com meu mal engrandecido.

Vá revolvendo a terra, o mar e o vento,
Busque riquezas, honras a outra gente,
Vencendo ferro, fogo, frio e calma;

Que eu só em humilde estado me contento
De trazer esculpido eternamente
Vosso fermoso gesto dentro na alma.

Luís de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver


Luís Vaz de Camões

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Fotos de Clarice Lispector

Monumento em homenagem ao grande poeta português Camões

Os Lusíadas


Entre as grandes obras de Camões está Os Lusíadas, esta obra se passa na época das grandes navegações, Lusíadas é um poema épico que tem como tema a grande viagem de Vasco da Gama em busca do caminho marítimo para a Índia

Obras de Luiz Vaz de Camões

1572- Os Lusíadas

Liricas:

1595 – Amor é fogo que arde sem se ver
1595 - Eu cantarei o amor tão docemente 
1595 - Verdes são os campos 
1595 - Que me quereis, perpétuas saudades? 
1595 - Sobolos rios que vão 
1595 - Transforma-se o amador na cousa amada 
1595 - Sete anos de pastor Jacob servia 
1595 - Alma minha gentil, que te partiste 
1595 - Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades 
1595 - Quem diz que Amor é falso ou enganoso 

Teatro:

1587 - El-Rei Seleuco.
1587 - Auto de Filodemo.
1587 - Anfitriões 

Obras de Clarice Liscpector

Clarice Linpector escreveu varios romances, dentre estes:

Perto do Coração Selvagem (1943); O Lustre (1946); A Cidade Sitiada (1949); A Mação no Escuro (1961); A Paixão Segundo GH (1964); Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres (1969); Água Viva (1973); A Hora da Estrela (1977).

E ainda escreveu varios contos, crônicas, escreveu em revistas e livro infantis, alguns como:

Alguns Contos (1952); Laços de Família (1960); A Legião Estrangeira (1964), contos e crônicas; Felicidade Clandestina (1971); A Imitação da Rosa (1973); A Via Crucis do Corpo (1974); Onde Estivestes de Noite? (1974); A Bela e a Fera (1979).///

De Corpo Inteiro (1975), entrevista; Visão do Esplendor (1975) crônicas; A Descoberta do Mundo (1984) crônicas./////

O Mistério do Coelho Pensante (1967); A Mulher que Matou os Peixes (1969); A Vida Íntima de Laura (1973); Quase de Verdade (1978).




Pensamentos de Luiz Vaz de Camões





“O fraco rei faz fraca a forte gente.”
“Os bons vi sempre passar/ No mundo graves tormentos;/ E para mais me espantar/ Os maus vi sempre nadar/ Em mar de contentamentos.”
“Jamais haverá ano novo se continuar a copiar os erros dos anos velhos.”
“A verdadeira afeição na longa ausência se prova.”

Características Literárias de Clarice Lispector

Em sua primeira obra, Perto do coração selvagem, a autora faz despertar a surpresa e estranhamento dos criticos, pois sua obra nao enquadrava nos programas depois modernistas, nem dos regionalistas do periodo anterior. Nos trabalhos da autora destacam o emprego intenso da metáfora, o fluxo da consiência e o rompimento com o enredo.

Mais sobre Clarice Lispector


"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."


Luís Vaz de Camões



Luís Vaz de Camões, poeta português cuja data de nascimento não se sabe ao certo (1524 ou 1525), provavelmente em Lisboa. Serviu como soldado em Ceuta, por volta de 1549-1551, aí perdendo um olho. Na poesia lírica avultam os poemas de temática amorosa, em que se tem procurado solução para as muitas lacunas em relação à vida e personalidade do poeta.

Clarice Lispector




Clarice Lispector (Tchetchelnik Ucrânia 1925 - Rio de Janeiro RJ 1977) passou a infância em Recife e em 1937 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em direito. Estreou na literatura ainda muito jovem com o romance Perto do Coração Selvagem (1943), que teve calorosa acolhida da crítica e recebeu o Prêmio Graça Aranha.